Água que caía
Na roda da azenha
No caminho estreito
Vinha a sombrear
Concertina ao longe
A ensaiar as voltas
E só ruído de água,
de calor, de pássaros
e o cheiro a terra,
a quente, a paz.
Passado a espreitar
Na pedra do muro
E no peito um murmúrio
A pedir ao tempo
Para voltar atrás.
Março de 1998