segunda-feira, julho 26, 2004

Desilusão

Aconteceu o previsível
Aconteceu do tudo ficar nada.
A memória apagou o tempo
Que construímos.

Não é a traição que dói,
Dói-me algo muito mais fundo
Dói-me a vida e a luta
Para estar aqui.

Dói-me a vontade de desistir.

Dói-me teres conseguido
Destruir o nosso quase nada.
Aquele quase nada
Que velava quase já sem vontade.

Dói-me a mentira
O desprezo com que se mente.

Dói-me, mais que tudo
O tempo que levamos para construir
Um dia assim tão triste.

Os caminhos que nos trouxeram
A esta desilusão.

Não quero ver-te mais :
No meu coração vai ficar
Para sempre este desencanto.