Mundo mundo, vasto mundo
Cantava Drummond assim
Se se chamasse Raimundo
Seria igual para mim
Os que andam nas estradas
Uns tão sós outros contentes
Esquecem vidas coitadas
E vivem as indiferentes
Queria vê-los noutros sítios
Onde pudessem correr
Sem se agarrarem a mitos
Sem cuidarem de sofrer
Eu também vivo morrendo
Perco tudo no caminho
Umas vezes vou correndo
Outras vou devagarinho
Devagar se vai ao longe
Diz o povo sem pensar
Eu corro sem saber onde
E paro para chorar
Talvez um dia eu encontre
Muitas coisas que perdi
Achadas não sei bem onde
Perdidas algures em ti
Mundo mundo, vasto mundo
Onde andas que não te encontro
Perdido no mar profundo
Achado no desencontro.
2003
P.S. Poema feito num dia em que decidi experimentar se ainda conseguia fazer poemas com rima.