quarta-feira, outubro 21, 2020

Os meus heróis - a professora

Regina Guimarães, quando se entusiasma ou quando levanta a voz, não é sobre si mas sobre causas, sobre consequências de alguns pensamentos que ela gosta de levar até à raiz. O que a torna afavelmente marginal, ferreamente radical. Com uma inteligência de uma energia notável, combate, denuncia a repressão e a tacanhez, e enfrenta a preguiça amiufada que as permitem (recentemente, uma simples nota de rodapé levou à censura de toda uma publicação pelo Teatro Municipal do Porto). Penso que ela se posiciona deliberadamente nas margens por serem estas, maleáveis, que veiculam o desbravamento (é difícil avançar na grande corrente sem se quebrar a espinha), fazendo barulho quando preciso, mas obrando num discreto tom menor, recusando comercializações e grandes produções – em editoras pequenas e artesanais, em companhias de teatro emergentes, participando com as suas letras no rock alternativo ou pop-cabaré, fazendo filmes experimentais ao lado de Saguenail. 

In Jornal i, de 23/09/2020


quinta-feira, fevereiro 20, 2020

O futuro dos livros

Que futuro resta aos livros e à literatura na era dos nativos digitais?

Diogo Vaz Pinto in Jornal I a 16 de Janeiro de 2020