Queria que soubesses que morei na tua casa.
Andei contigo na escola primária e saí muitas vezes com os teus sapatos.
Sei bem dos passos inseguros.
Sei do espanto e do mundo silencioso no canto da sala.
Lembro-me do fascínio pelas casas grandes e pelos segredos escondidos dentro dos armários.
Colei muitas vezes o nariz ao vidro da tua janela e pensei que também gostaria de brincar na rua.
Se hoje existe um lugar onde nenhuma linguagem se fala e se nesse lugar nos encontramos inevitavelmente, é porque percorremos longas distâncias lado a lado.
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