Tenho olhos pequenos
De forma amendoada
Sinto-os tristes
Sei que os vêem tristes.
Tenho olhos banais
Pintados de sonhos.
A tristeza dentro deles
Não lhes diz respeito.
Se os habita a saudade
Não sei.
Se a esperança os adoça
Ignoro.
Sei que vêem o que não peço
Que mostram o que não quero
São os meus olhos
Sempre em busca da verdade.
Sempre a tentar encontrar
O desejado no meio do nevoeiro.
Saudade do futuro.
Do momento em que tudo ressurgirá.