Suavemente as árvores murmuram
batendo as folhas no meio da brisa.
Nos olhos cintila o sol num sorriso
e da altura o infinito plana.
E um bicho sem nome
num sibilar suave e lento
vem juntar-se ao silêncio.
A tarde escoa lentamente
cheia de luz e de voos invisíveis
flutuando entre o corredor dos montes
rasando a água, fazendo círculos.
E tu comigo.
E eu sozinha.
A respirar devagarinho
juntando o ar da minha alma
ás folhas, ao sopro mágico do vento,
a um bicho qualquer a sussurrar.
E o tempo pára cintilante
e silencioso.
Não respires. Não digas nada.
Foto de Rui Vale de Sousa