sexta-feira, agosto 27, 2004

Murmúrio


Suavemente as árvores murmuram
batendo as folhas no meio da brisa.
Nos olhos cintila o sol num sorriso
e da altura o infinito plana.

E um bicho sem nome
num sibilar suave e lento
vem juntar-se ao silêncio.

A tarde escoa lentamente
cheia de luz e de voos invisíveis
flutuando entre o corredor dos montes
rasando a água, fazendo círculos.

E tu comigo.

E eu sozinha.
A respirar devagarinho
juntando o ar da minha alma
ás folhas, ao sopro mágico do vento,
a um bicho qualquer a sussurrar.

E o tempo pára cintilante
e silencioso.

Não respires. Não digas nada.



Foto de Rui Vale de Sousa