quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Saudade de Sevilha


Aproximava-se a preto e a vermelho
A morena esguia com liga na meia
Batia o sapato no tablado
E vibrava o ar embriagando os olhos

Sentados nas mesas da penumbra
Copo com gelo e olhares intensos
No deslumbramento da chama
Na cor temperada a sal e flamengo

Não era sequer bonita a morena
Passava na rua e ninguém a via
Mas quando a alma sai na música
Hipnotiza o olhar de quem a olha




De Luz Intensa:

Bailas, morena de mirada infinita,
la esencia y misterio de ser bailaora.
Un sentir flamenco de alma que grita.
Danzar la música que ama y que llora.
Entre tus manos hay algas marinas
enredadas en ti, son caracolas.
Desprendes perfume de agua salina
y al moverte, tu vestido es de olas.




Foto de João Coutinho