Quis escrever sobre as casas
De gostar delas vazias para poder respirar
Bastava a luz da lareira
Ou sem mais imaginação
Duas velas pousadas em castiçais
Translúcidos como se flutuassem
E podiam existir casas
Perdidas no meio da neve
Para me aconchegar ainda mais no teu sono
Para aceitar que como eu também tu tens frio
Para olhar pela janela e ver
Tudo branco branco branco
Ver a tranquilidade de te saber dentro de mim
Para nunca mais me enganar
E dizer que vou embora
Para que o teu abraço seja o meu refúgio
Mesmo quando o frio e o medo me invadem
E vejo por todo lado portas abertas para fugir
Foto de M.