Lembrei-me de uma conversa onde afirmei que tinha ainda muito para aprender e de alguém me ter respondido “ não, tens tudo para desaprender “.
E fiquei a pensar nessa frase. Pensei que tudo quanto julgava saber não faz sentido. De quanto o sentido aparece claramente nas coisas mais simples, quando simplesmente as olhamos sem certezas.
E quando me falaste dela eu entendi o que era DESAPRENDER.
Há uns dias fui vê-la contigo.
Para além das coisas que já me tinham feito sorrir antes, ouvi-a falar do medo.
Dizia que só se sente medo no início, tal e qual como só se gagueja no princípio das palavras, nunca no final.
Falou da esperança, como se fosse uma prateleira de uma casa junto a uma linha de comboio: de cada vez que ele passa caiem as coisas que estão em cima e nós tratamos logo de as substituir por outras, cada vez de pior qualidade, pois sabemos que se vão partir novamente. A esperança...
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Foto de João Coutinho: Parabéns, João, pela exposição na Livraria Navio dos Espelhos e pelo artigo na revista Foto Digital.