Lamento quem caminha nas ruas da existência de cabeça baixa. Quem nas pedras da calçada fixa os olhos e não ouve mais apelo que o da deslealdade. Lamento também quem se julga tão grande, que salta de telhado em telhado sem saber a quem pertencem as casas. Lamento quem caminha na vida à procura do confronto. Mostrando força com coisas tão vãs que nada valem. Tudo é brevidade. É tão fácil pintar os dias de ternura, levantar os olhos e deixá-los respirar sorrisos. Como entregar flores porta a porta. Deixar a marca da doçura esbater as manchas de angústia.
Foto de M.