O vento uiva o teu nome
Nas frinchas das janelas
É de mar o teu nome
Cheira a algas
Sabe na minha boca a sal
Viste-me chorar? Não viste
Os lugares onde choro são invisíveis
Como esta chama para onde olho
Como esta voz que escuto agora
O tempo passa passa o tempo
A veneziana impelida pelo vento
Bate a compasso na parede
Como o ponteiro dos segundos
No relógio que não tenho
Lá fora os ruídos da noite
Cá dentro o piano e lábios salgados
Não são lágrimas que provo
O mar ? Talvez o mar…
Foto de João Coutinho