Um lugar para brincar com palavras e ideias. Para partilhar. Para nunca esquecermos quem somos. O que sentimos. Para minimizar a mágoa de não podermos estar em vários sítios ao mesmo tempo. A corrida apressada da vida. A impossibilidade de conhecer tudo o que existe. A saudade já.
terça-feira, janeiro 12, 2010
ZIW
A vastidão avança por aquilo de que falamos
evoca o que o tempo nos aconselha
com mensagens que parecem sem sentido:
o telefone toca apenas uma vez
faróis são deixados toda a tarde acesos
sucessivas falhas nos perturbam
pois não são falhas apenas
talvez a completa escuridão nunca tenha existido
talvez nos momentos decisivos
regresse por alguma passagem o desconhecido
um milhão de cintilantes lanternas de papel
sobre o rio
e a alma repete a pergunta eterna
José Tolentino Mendonça in A estrada branca
Foto de João Coutinho