quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Cartas para lugar nenhum: echo of nothing



Meu amor, falou dentro de si mesmo apalpando a gravata, sei que isto não alivia nem ajuda, mas de nós dois fui eu que não soube lutar: e vieram-lhe à memória longas noites na praia desfeita dos lençois, a sua lingua desenhando devagar contornos de seios iluminados de uma rede de veias pela primeira luz da aurora, (...) a voz de John Cage a repetir Every something is an echo of nothing...

António Lobo Antunes in Memória de Elefante


Foto de João Coutinho