Um lugar para brincar com palavras e ideias. Para partilhar. Para nunca esquecermos quem somos. O que sentimos. Para minimizar a mágoa de não podermos estar em vários sítios ao mesmo tempo. A corrida apressada da vida. A impossibilidade de conhecer tudo o que existe. A saudade já.
sábado, março 10, 2007
Do baú: Um
Àquela hora não sabia ainda se virias
se os atrasos do tempo sempre a horas
iriam enferrujar as máquinas dos relógios
Olhei muitas vezes a torre da igreja
outras nem olhei e o sino tocou
na trémula névoa do calor da estrada
As mãos unidas a dada altura
pareciam uma
Uma a pele e o sangue um
como também os pensamentos
que escapavam na direcção
que os teus olhos tomavam
e encontravam os meus
ali acolá pousados
nas mesmas coisas que procuravas
Esperavam-te para pousar a seguir
com os teus noutro lugar
Foto de João Coutinho