Um lugar para brincar com palavras e ideias. Para partilhar. Para nunca esquecermos quem somos. O que sentimos. Para minimizar a mágoa de não podermos estar em vários sítios ao mesmo tempo. A corrida apressada da vida. A impossibilidade de conhecer tudo o que existe. A saudade já.
domingo, dezembro 10, 2006
Era uma vez
antigamente o sol nascia ao meu lado
navegava docemente nos meus sonhos
e no mar o horizonte era o fio onde
um equilibrista passeava sobre pontas
um dia mais tarde voaram os pássaros
destino incerto sem astrolábios
e nunca mais vimos aquelas oliveiras
dos prados do passado onde trepámos
hoje chegou o tempo das chuvadas
os dias escorrem nas janelas apressados
do lado de cá onde agora estamos
nunca mais ouvimos o vento
a sibilar entre as espigas de milho
nunca mais jogámos ás escondidas
com a alegria
Foto de João Coutinho