quinta-feira, dezembro 29, 2011

Dezembro é um mês bonito



Porque tem o Natal. Porque termina um ano e a esperança renova-se. Porque este ano esteve cheio de sol. Porque continuamos todos juntos e somos felizes.


Foto de Luís Miguel Duarte

sexta-feira, dezembro 16, 2011

...



E o amor transformou-se noutra coisa com o mesmo nome.
Era disto que falavam as mães quando davam conselhos
ás filhas e diziam: o amor vem depois. Era isto o depois.
Uma ternura simples, quase dolorosa, muitos silêncios,
todas as horas do dia e um poema que se dissolve dentro
de mim e que, devagar, sem rosto, desaparece.

José Luís Peixoto, in Gaveta de Papéis.


Foto de Luis Miguel Duarte ( praia da Adraga )

segunda-feira, maio 16, 2011

Hotel Inglês



Aprendo muito quando o verão acaba

Para lá das coisas habituais

O sinal ardente, primitivo:

Uma espécie de abandono sem socorro

Diferente da rendição


Apercebo-me do frio pela primeira vez

No vento, na água

Alugamos bicicletas para chegar à costa

À procura do que resta

Uma estação

Onde as imagens não naufraguem a cada instante


Também eu me recuso a dizer apenas

O que pode ser dito


José Tolentino Mendonça in A noite abre meus olhos

sexta-feira, março 11, 2011

Porque é que ás vezes me dão umas loucuras idealistas...

...porque, como alguém de disse um dia, não podemos esquecer quem somos e por onde passamos e eu acrescento: não podemos esquecer de quem somos filhos.

O que eu sei sobre ele

Tudo isto por causa do afamado dia 12 de Março de 2011.

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Voar



Dás-me licença
De entrar na tua vida
E pendurar na parede da tua sala
A minha janela?
Posso desarrumar tudo
Tirar os sapatos
E estender-me no teu mundo ?
Espalhar nos teus minutos
Toda as dúvidas
Que trago comigo ?
Passear descalça pelo
Corredor das tuas certezas?
Desfazer a tua cama
e dormir atravessada nos teus sonhos?
Posso entrar e sair de casa
Dás-me a chave
E não me marcas horas?

Posso voar ?

Foto de Luís Miguel Duarte

terça-feira, janeiro 18, 2011

Expressões idiomáticas: ter para os alfinetes

Significado: Ter dinheiro para viver.

Origem: Em outros tempos, os alfinetes eram objecto de adorno das mulheres e daí que, então, a frase significasse o dinheiro poupado para a sua compra porque os alfinetes eram um produto caro. Os anos passaram e eles tornaram-se utensílios, já não apenas de enfeite, mas utilitários e acessíveis. Todavia, a expressão chegou a ser acolhida em textos legais. Por exemplo, o Código Civil Português, aprovado por Carta de Lei de Julho de 1867, por D. Luís, dito da autoria do Visconde de Seabra, vigente em grande parte até ao Código Civil actual, incluía um artigo, o 1104, que dizia: «A mulher não pode privar o marido, por convenção antenupcial, da administração dos bens do casal; mas pode reservar para si o direito de receber, a título de alfinetes, uma parte do rendimento dos seus bens, e dispor dela livremente, contanto que não exceda a terça dos ditos rendimentos líquidos.»

quinta-feira, janeiro 06, 2011

Pátria



A pátria não são as bandeiras, nem hinos, mas um punhado de lugares e pessoas que povoam as nossas lembranças e as tingem de melancolia

Mário Vargas LLosa ( discurso de aceitação do Prémio Nobel da Literatura 2010 )


Foto de Luís Miguel Duarte