Um lugar para brincar com palavras e ideias. Para partilhar. Para nunca esquecermos quem somos. O que sentimos. Para minimizar a mágoa de não podermos estar em vários sítios ao mesmo tempo. A corrida apressada da vida. A impossibilidade de conhecer tudo o que existe. A saudade já.
quarta-feira, novembro 26, 2008
Palavras de outros
Estou dentro de paredes brancas.
Quatro paredes: a minha cela,
O frio, a solidão e o meu catre.
A luz entra sempre de noite.
Não tinha nada donde vim. Ainda não encontrei
O que tive e a cadeira não serve o meu repouso.
Ainda não há lugar no mundo onde possa sossegar de tu não seres
O vazio que persiste à minha beira.
Tenho um pequeno sonho de uma janela por abrir:
E que paisagem não seria estar feliz!
Daniel Faria in Explicação das árvores e de outros animais
Foto de João Coutinho
terça-feira, novembro 18, 2008
Exercício de ostranenia*
tropecei numa nuvem
quando saltava à corda
com um raio de sol
agora
dói-me a alma
* do russo, estranhamento
Foto de João Coutinho
terça-feira, novembro 11, 2008
Desencontros
No restaurante onde costumo almoçar há um recado na porta - escrito à mão num quadrado de papel - que diz há aqui chaves...perdidas. De cada vez que o leio pergunto-me se, tal como no filme my blueberry nights, haverá também histórias de desencontros.
quarta-feira, novembro 05, 2008
Cruzamentos subliminares
Estes ‘cruzamentos subliminares’ projectam nas telas o impacto que as palavras de José Luís Peixoto, mais precisamente as da obra ‘ a casa, a escuridão’ , tiveram na pintura de Maria João Patronilho.
Este é um momento fulcral do trajecto da pintora: o lugar onde tudo se clarifica nas palavras dos outros, o instante onde tudo o que se transporta connosco muda algo na forma de exprimir. O cruzamento.
Afinal, de que somos feitos? Arriscamo-nos a responder que de todas as emoções que se gravaram subliminarmente nas nossas regiões mais subterrâneas e que foram moldando o nosso olhar.
Hoje, é este o olhar da Maria João.
E nós, como vemos este olhar? Talvez a Francisca, sua filha, tenha a resposta mais simples e precisa:
Quando estás aqui, vejo a tua arte, o teu sentido de ser, o teu vermelho e preto numa tela branca. Vejo o sol, o fogo, a chama.
sábado, novembro 01, 2008
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