quarta-feira, outubro 11, 2006

Todos os dias

Sobre a cama as metáforas
Parecem-me mais belas e
mais sublimes

uma carta,

o poder da língua que liberta os beijos e
as pálpebras em êxtase,
quando vem descendo em letra redonda e
a pertubar o meu sono

João Ricardo Lopes in a Pedra que chora como palavras


As metáforas mudas. Os pleonasmos tolos. As sinestesias inebriantes. A sinédoques cúmplices. As elipses mágicas.

Um balão de cristal com vinho tinto, o fim da tarde, a música baixinho, o granito molhado da rua, a mansarda no centro histórico. Nós.



Foto de João Coutinho