terça-feira, agosto 15, 2006

Histórias da praia



Rimo-nos na esplanada com uma piada qualquer acerca do nevoeiro. Passado um bocado esse nevoeiro desceu e arrumou-se todo à volta do coração. Vai demorar algum tempo a dissipar-se. O tempo de arrumar no lugar das coisas boas os passeios pelas rochas, as grutas, os caranguejos gigantes, os piratas, os banhos intermináveis ao fim da tarde.
Olhei de relance uma revista. Falavam do sindroma de Peter Pan. Não quero crescer nunca. Mesmo quando a minha energia não tiver mais resposta no meu corpo e já não for capaz de escalar penedos, os meus olhos verão nas ondas os galeões, verão na praia o desembarque dos piratas, os tesouros escondidos na areia. Nesse dia a princesa já terá crescido e as lembranças estarão guardadas eternamente dentro de arcas cheias de tesouros.
A amizade sem datas. A gargalhada livre do fundo dos dias felizes.
Ficarão também para sempre os nossos nomes mimalhos. Biscoito grande, biscoito pequeno, bruxinhas, ratonços e pipiros.


Foto de Trieffele