Quando era pequena pensava que a terra era quadrada e que, uma vez chegados ao final, nos poderíamos debruçar e ver as estrelas.
Pensava na altura que isso seria algures na zona de uma estrada que eu vi uma vez e que terminava abruptamente no início de um monte.
Mais tarde soube que havia um lugar chamado Finisterrae e que ao longo dos séculos foi um lugar sagrado precisamente por se acreditar que aí era o fim do mundo.
A diferença deste para o “meu” fim do mundo é que aqui a terra termina no mar. E neste lugar o mar é mágico. Como se todas as recordações continuassem presentes. As minhas e as de todos que lá foram à procura de estrelas.
Foto de João Coutinho