quinta-feira, maio 26, 2005

Viagem


Passei muito tempo a fazer malas. A virar silenciosamente as costas e ir embora. Cidades novas, vertigens, momentos e nada. Aprendi a chegar para partir depois. Sabia, ao entrar nas casas, que ali não era o meu lugar.

Sempre o apelo do deserto. Dos dias quentes, das alucinações. Das noites geladas e do lençol ténue de estrelas. Entregar o corpo à noite e ao silêncio.

Sabemos demasiado bem o que é o sofrimento para não reconhecermos o instante eterno quando o vivemos. Talvez não tenhamos casa. Desta vez nem trouxe nada. Não quero desfazer e fazer depois para ir embora.




Foto de João Coutinho

sexta-feira, maio 20, 2005

O sol


Estava assim cabeça inclinada
Olhos perdidos pela sala
E carícias de uma música leve como o ar
Pensava numa conversa sorrindo
Pensava que alguém tinha uma mão aberta
Sem pedras dentro só com ternura

Pensava nas horas a passarem
No ponteiro dos segundos a correr
E se vale ou não a pena pensar demais
Se os acasos terão algo para nos dizer
Ou se sendo acasos o são apenas

Pensava que fiquei leve de repente
Porque no meio da noite vi qualquer coisa
Acho que vi o sol no mar mas não seria
.



Foto de João Coutinho

( sim, a música de que falo é precisamente esta que está a tocar e que TU me sugeriste )

quarta-feira, maio 04, 2005

Até já, está bem?



Até que um dia os mágicos risquinhos do TCA vieram desenhar as minhas palavras...

E agora, Monalisa vai descansar. Volta em breve.